dezembro 30, 2015

Feliz Ano de 2016 para todos os nossos seguidores...

"O tempo é a substância de que sou feito."

Jorge Luís Borges

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade

Rudyard Kipling

Romancista e poeta inglês (1865-1936), Rudyard Kipling nasceu em Bombaim, na Índia. Na sua obra destacam-se os clássicos para literatura juvenil The Jungle Books (O Livro da Selva, 1894), Just So Stories (1902) e Puck of Pook's Hill (1906). O romance Kim (1901) retrata o domínio colonial inglês na Índia, temática que foi sempre uma das suas preferidas.

É considerado o maior "inovador na arte do conto curto". Os seus livros para crianças são clássicos da literatura infantil e o seu melhor trabalho dá mostras de um talento narrativo versátil e brilhante. Foi um dos escritores mais populares de Inglaterra, em prosa e poema, no final do século XIX e início do XX. O autor Henry James referiu: "Kipling impressiona-me pessoalmente como o mais completo homem de génio (o que difere de inteligência refinada) que eu jamais conheci."

Foi laureado com o Nobel de Literatura de 1907, tornando-se o primeiro autor de língua inglesa a receber esse prémio e, até hoje, o mais jovem. Entre outras distinções, foi sondado em diversas ocasiões para receber a Láurea de Poeta Britânico e um título de Cavalheiro, as quais rejeitou.

Ainda assim, Kipling tornou-se conhecido, nas palavras de George Orwell, como um "profeta do imperialismo britânico". Muitos viam preconceito e militarismo nas suas obras e essa controvérsia perdurou por muito tempo ainda no século XX. De acordo com o crítico Douglas Kerr: "Ele ainda é um autor que pode inspirar discordâncias apaixonadas e o seu lugar na história da literatura e da cultura ainda está longe de ser definido. Mas à medida que a era dos impérios europeus retrocede, é reconhecido como um intérprete incomparável, ainda que controverso, de como o império era vivido. Isso e um reconhecimento crescente dos seus extraordinários talentos narrativos, faz dele uma força a ser respeitada".

O seu poema If (Se) é símbolo dos Cadetes da Academia da Força Aérea e uma das suas obras, O Livro da Selva, foi adotado por Robert Baden-Powell, fundador do Escotismo, como fundo de cena para as atividades com jovens de 7 à 11 anos, denominando os jovens dessa faixa etária como lobinhos.

Nasceu a 30 de Dezembro de 1865 , Bombaim, Índia

  Alguns dos livros do autor

  • O Segundo Livro da Selva
  • Kim
  • O Livro da Jângal
  • A Casa dos Desejos

Robert Muchamore, um autor muito requisitado na BE...

Robert Muchamore nasceu em Islington, no Reino Unido, em 1972. Trabalhou durante treze anos como detective privado. As histórias que então aprendeu e as exigências dos seus sobrinhos por leituras que os cativassem inspiraram-no a criar CHERUB, um conjunto alucinante de aventuras que já conquistou o mundo.

Nasceu a 26 de Dezembro de 1972 , Islington, Inglaterra 
  Página oficial do autor: http://www.muchamore.com/

  Alguns dos livros do autor

  • O Sonâmbulo
  • O General
  • Gangues
  • O Anjo da Guarda

Rudyard Kipling e o "O Livro da Selva"


O escritor inglês Rudyard Kipling nasceu a 30 de dezembro de 1865, há precisamente 150 anos.
Em fevereiro, a Bertrand irá publicar uma nova edição de uma das obras mais populares de Kipling, "O Livro da Selva".

Poema de Fernando Pessoa


 

Cantemos que a vida
Cantemos que a vida
De nada nos serve
Que em nós a garrida
Canção desmedida
De vinho referve!
Cantemos, cantemos,
É medrosa a dor
E pegando em remos,
Buscando-as iremos
Às praias do amor!
Cantemos as belas
Que sabem amar,
Vamos que as estrelas,
Sem pudor ou cautelas
Nos vêm escutar!

dezembro 29, 2015

Feliz Ano Novo a todos os nossos seguidores em imagens...












Excelente Ano de 2016

"New year. New feels. New breathe. New chances. Same dreams, fresh starts. I dare you to believe in yourself. You deserve all things magic."

" Ano Novo. Novas sensações. Um novo respirar. Novas Chances. Os mesmo sonhos, recomeços renovados. Desafio-o a acreditar em si mesmo. Merece todas as coisas mágicas."
 

CHEGADA DO ANO NOVO

Um retrato do País redigido há quase 150 anos pelo genial Eça de Queirós, que bem se adequa ao Portugal em que hoje vivemos!...

«O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta a cada dia. Vivemos todos ao acaso. (…) A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. (…) A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. (…) No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. (…) Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude.» 

(in "As Farpas", 1871)

Uma sábia afirmação num livro das Metas Curriculares de Português...

Fernando Pessoa...

dezembro 28, 2015

Citação de Virginia Woolf


"...ler faz-me sentir tão bem, me leva em um mundo que só eu sei, onde tudo é possível.
Um mundo onde posso ser quem eu sou, sem ser julgada.
Eu leio porque com um livro entre as mãos tudo parece possível..."

Carlos Drummond de Andrade

Avizinha-se a passos largos um Novo Ano… “Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.”


Carlos Drummond de Andrade

Foto de Natália Trindade Laureano.

Grande verdade...

dezembro 27, 2015

JOSÉ JORGE LETRIA

JOSÉ JORGE LETRIA, in O LIVRO BRANCO DA MELANCOLIA (Quetzal, 2001)

QUANDO EU FOR PEQUENO

Quando eu for pequeno, mãe,
quero ouvir de novo a tua voz
na campânula de som dos meus dias
inquietos, apressados, fustigados pelo medo.
Subirás comigo as ruas íngremes
com a certeza dócil de que só o empedrado
e o cansaço da subida
me entregarão ao sossego do sono.

Quando eu for pequeno, mãe,
os teus olhos voltarão a ver
nem que seja o fio do destino
desenhado por uma estrela cadente
no cetim azul das tardes
sobre a baía dos veleiros imaginados.
Quando eu for pequeno, mãe,
nenhum de nós falará da morte,
a não ser para confirmarmos
que ela só vem quando a chamamos
e que os animais fazem um círculo
para sabermos de antemão que vai chegar.
Quando eu for pequeno, mãe,
trarei as papoilas e os búzios
para a tua mesa de tricotar encontros,
e então ficaremos debaixo de um alpendre
a ouvir uma banda a tocar
enquanto o pai ao longe nos acena,
lenço branco na mão com as iniciais bordadas,
anunciando que vai voltar porque eu sou pequeno
e a orfandade até nos olhos deixa marcas.

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in GEOGRAFIA (Ed. Ática, 1967), in OBRA POÉTICA (Caminho, 2010; Assírio & Alvim, 2015)

A NOITE E A CASA

A noite reúne a casa e o seu silêncio
Desde o alicerce desde o fundamento
Até à flor imóvel
Apenas se ouve bater o relógio do tempo

A noite reúne a casa a seu destino
Nada agora se dispersa se divide
Tudo está como o cipreste atento
O vazio caminha em seus espaços vivos

dezembro 26, 2015

Grande citação de Mia Couto...

Poema de José Tolentino Mendonça


"O Presépio somos nós

É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
a esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno."

José Tolentino Mendonça

UM CONTO DE SOPHIA PARA A NOITE DE NATAL...



SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in NOITE DE NATAL (1960), (Ed. Figueirinhas, 2003)
NOITE DE NATAL (final)

Já quase no fundo dos pinhais viram ao longe uma claridade. E sobre essa claridade a estrela parou.
E continuaram a caminhar.
Até que chegaram ao lugar onde a estrela tinha parado e Joana viu um casebre sem porta. Mas não viu escuridão, nem sombra, nem tristeza. Pois o casebre estava cheio de claridade, porque o brilho dos anjos o iluminava.
E Joana viu o seu amigo Manuel. Estava deitado nas palhas entre a vaca e o burro e dormia sorrindo.
Em sua roda, ajoelhados no ar, estavam os anjos. O seu corpo não tinha nenhum peso e era feito de luz sem nenhuma sombra.
E com as mãos postas os anjos rezavam ajoelhados no ar. Era assim, à luz dos anjos, o Natal de Manuel.
- Ah – disse Joana -, aqui é como no presépio!
- Sim – disse o rei Baltasar -, aqui é como no presépio.
Então Joana ajoelhou-se e poisou no chão os seus presentes.

Ainda o espírito do Natal...

Entremos, apressados, friorentos,
Numa gruta, no bojo de um navio,
Num presépio, num prédio, num presídio
No prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
Porque esta noite chama-se Dezembro,
Porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
Duzentos mil, doze milhões de nada.

Procuremos o rastro de uma casa,
A casa, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada.

DAVID MOURÃO FERREIRA

dezembro 24, 2015

Solstício de inverno de Miguel Torga

            Solstício de inverno
  • Aqui estou novamente a festejá-lo
    À fogueira dos meus antepassados
    Das cavernas.
    Neva-me na lembrança.
    E sonho a primavera
    Florida nos sentidos.
    Consciente da fera
    Que esses tempos idos
    Também era.
    Imagino um segundo nascimento
    Sobrenatural
    Da minha humanidade.
    Na humildade
    Dum presépio ideal,
    Emblematizo essa virtualidade.
    E chamo-lhe Natal.

     
    Miguel Torga

Miguel Torga...

NATAL

Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado.
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar,
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.


Diário X

Miguel Torga

NATAL de Miguel Torga

NATAL

Um anjo imaginado,
Um anjo dialéctico, actual,
Ergueu a mão e disse: - É noite de Natal,
Paz à imaginação!
E todo o ritual
Que antecede o milagre habitual
Perdeu a exaltação.

Em vez de excelsos hinos de confiança
No mistério divino,
E de mirra, e de incenso e oiro
Derramados
No presépio vazio,
Duas perguntas brancas, regeladas
Como a neve que cai,
E breves como o vento
Que entra por uma fresta, quezilento,
Redemoinha e sai:
À volta da lareira
Quantas almas se aquecem
Fraternamente?
Quantas desejam que o Menino venha
Ouvir humanamente
O lancinante crepitar da lenha?

Diário IX

 Miguel Torga

dezembro 22, 2015

A Nossa Primeira Árvore de Natal...


«Foi D. Fernando II quem, nostálgico das tradições da sua infância, resolveu um dia fazer no palácio uma árvore de Natal para os sete filhos que tinha com a rainha D. Maria II, e distribuir presentes vestido de São Nicolau. Em Inglaterra, a rainha Vitória encantava-se com a mesma tradição, trazida pelo seu marido, Alberto, primo de D. Fernando. Pela mão dos dois primos germânicos nascia a festa de Natal como a conhecemos hoje.
Alguns dos Principezinhos espreitam por detrás de uma cortina. Um outro, mais velho, está sentado numa cadeira, rindo, com as pernas no ar. Há um que parece tapar os olhos, como quem espera uma surpresa, e as duas meninas espreitam para dentro de um dos sacos da figura vestida de escuro que ocupa o centro da gravura. Ao fundo, sobre uma mesa, está, toda enfeitada, uma árvore de Natal.
Eram assim as noites de Natal da família real em meados do século XIX. D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II e pai dos seus sete filhos, representava nas suas gravuras e águas-fortes o ambiente familiar, com ele próprio vestido de S. Nicolau a distribuir presentes. Mas o que é significativo na imagem é o facto de, segundo se crê, ela ser a primeira representação de uma árvore de Natal em Portugal.
D. Fernando era alemão. Com o seu primo Alberto, tinha passado a infância comemorando o Natal segundo a velha tradição germânica de decorar um pinheiro com velas, bolas e frutos. Por isso, quando começaram a nascer os seus filhos com D. Maria II - a rainha teve 11 gravidezes, mas só sete crianças sobreviveram, e a própria D. Maria morreu aos 34 anos, no parto do 11.º filho - D. Fernando decidiu animar o palácio com um Natal de tradições germânicas.
A rainha ficava encantada. Nas cartas à sua prima, a rainha Vitória falava com entusiasmo dos preparativos para a festa de Natal, que seria, aliás, muito semelhante à que Vitória (que tinha casado com Alberto) organizava no Castelo de Windsor, em Inglaterra.
"Nada, nem o ar amuado de D. Pedro [o primogénito e futuro rei D. Pedro V], conseguia estragar as festas de Natal", escreve Maria Filomena Mónica em O Filho da Rainha Gorda - D. Pedro V e a sua mãe, D. Maria II, conto que escreveu inicialmente para os netos e que foi depois editado pela Quetzal. "Na Alemanha, onde havia grandes florestas, era costume montar-se, nessa época, uma árvore, enfeitada com flores, bonecos e bolas. Em Portugal, o uso era antes o presépio, com o Menino Jesus nas palhinhas. Em 1844, D. Fernando resolveu fazer uma surpresa à família. Colocou em cima da mesa um pinheirinho, pondo ao lado os presentes."
Podemos imaginar o que seriam os presentes dos Príncipes graças a outra gravura de D. Fernando que mostra o Príncipe D. João, pequenino, com uma camisa de noite comprida e segurando um cavalinho na mão, a olhar para uma mesa enfeitada com a árvore de Natal, e rodeado de bonecos - um tambor, um estábulo com animais, um soldado de chumbo montado num cavalo. O Natal deixava de ser apenas uma festa religiosa e passava a ser uma festa das crianças.
Os nobres, primeiro, e o povo, depois, vendo os hábitos da família real, entre os quais a tradição da árvore de Natal, começam a imitá-los.»


(O Público)

A árvore das palavras...magnífica...

Charlens Dickens

Poema de Mia Couto


Solidão

Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso
Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio
É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou
Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna
Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo



dezembro 21, 2015

Kafka e a boneca....uma história invulgar...

Um ano antes da sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência incomum. Andava pelo parque Steglitz em Berlim e conheceu uma menina que chorava desconsolada, tinha perdido a sua boneca.
Kafka ofereceu-se para ajudar a procurá-la e marcou encontro no dia seguinte no mesmo sítio.
Incapaz de encontrar a boneca escreveu uma carta por ela.
"Por favor, não chores, fui viajar para ver como é o mundo, escrevo para te contar as minhas aventuras...", assim começava a carta.
No dia seguinte, encontram-se e ele lê-lhe a carta descrevendo cuidadosamente as aventuras imaginárias da boneca amada.
A criança foi sendo consolada por vários dias, quando os encontros chegam ao fim, Kafka dá-lhe uma boneca de presente.
Esta era, obviamente, diferente da original e trazia uma nota em anexo a dizer: "…nas minhas viagens eu mudei."
Muitos anos depois, a menina cresceu e encontrou uma nota dobrada dentro da boneca.
Resumindo dizia: “…tudo aquilo que amas é provável vires a perder, mas no fim o amor transforma-se numa forma diferente."