agosto 31, 2014

Poema de Miguel Torga

Miguel Torga

Poema Melancólico a não sei que Mulher
Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido. 


agosto 30, 2014

Belo poema de Almeida Garrett

1856- o ano das três desgraças

1856- o ano das três desgraças
No ano de 1856 três desgraças atingiram Portugal.
A primeira desgraça consistiu na queda de chuvas torrenciais, durante vários meses, que inundaram os campos do Ribatejo e do Sado.
A segunda desgraça tratou-se de um violento tremor de terra que atingiu Loulé, Olhão e Faro.
A terceira desgraça foi o aparecimento de cólera (febre-amarela) que se propagou com uma grande facilidade atingindo povoações inteiras.




Citação de Fernando Pessoa

"Tudo que chega, chega sempre por alguma razão."

 Fernando Pessoa

Viva MANUEL ANTÓNIO PINA

UM POEMA DE MANUEL ANTÓNIO PINA

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"
 
Foto: UM POEMA DE MANUEL ANTÓNIO PINA

Regresso devagar ao teu 
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que 
não é nada comigo. Distraído percorro 
o caminho familiar da saudade, 
pequeninas coisas me prendem, 
uma tarde num café, um livro. Devagar 
te amo e às vezes depressa, 
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo, 
regresso devagar a tua casa, 
compro um livro, entro no 
amor como em casa. 

in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"

Não podemos adiar o início do ano letivo...

Não Posso Adiar o Amor

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração!

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"




agosto 19, 2014

Citação de Cervantes....

"Quem perde os seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; quem perde a coragem perde tudo"

Miguel de Cervantes
(1547-1616)

Tudo dito....

Estátua de Camões em Constância...

"Oh! pomar venturoso!
De teu fermoso peso
Se mostra o monte ledo
E o caudaloso Zêzere te estranha
Porque olhas com desprezo
Seu cristal puro e quedo.


Luís Vaz de Camões

agosto 15, 2014

Napoleão Bonaparte.

Há 245 anos...

No dia 15 de agosto de 1769 nasceu Napoleão Bonaparte.

Assunção da Virgem

Assunção da Virgem | 15 de agosto

Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes, cuja notoriedade viria mais tarde a conferir a esta parceria o epíteto de “Mestres de Ferreirim”, são os autores desta pintura executada no séc. XVI, juntamente com outras, para o Convento de Santo António de Ferreirim, perto de Lamego.

Salvé o Dia da Assunção da Virgem!

Batalha de Aljubarrota

Há 629 anos...No dia 14 de agosto de 1385 travou-se a Batalha de Aljubarrota.

O desenrolar da Batalha

No dia 14 de Agosto, logo pela manhã, o exército de D. João I ocupa uma posição fortíssima no terreno, escolhido na véspera por Nuno Álvares Pereira. No final da manhã chegam os castelhanos, que circulam pela estrada romana.

Evitam o choque com os portugueses, uma vez que isso implicaria a subida de um terreno em condições extremamente desfavoráveis. Preferem tornear a forte posição portuguesa pelo lado do mar, até estacionarem na ampla esplanada de Chão da Feira. O exército português constituído por aproximadamente 7.000 homens de armas, move-se então uns dois quilómetros para Sul e inverte a sua posição de batalha para ficar de frente para o inimigo.

Passava das 18 horas quando se deu o assalto castelhano à posição portuguesa. Uma vez iniciada a batalha, é então possível referir os cinco principais momentos do combate:

1º- a impetuosa vanguarda do rei de Castela (na sua maior parte constituída por tropas auxiliares francesas, como claramente assegura Froissart) inicia o ataque provavelmente a cavalo, sendo rechaçada nas obras de fortificação antecipadamente preparadas pela hoste de D. João I, obras essas que constituíram uma surpresa absoluta para os seus arrogantes adversários. Para prosseguir o combate, os franceses são obrigados a desmontar (aqueles que o conseguem fazer) na frente do inimigo e, por isso, em posição absolutamente crítica.

2º- ao saber do desbarato da sua linha da frente, D. Juan I decide mandar avançar o resto do exército então presente no Chão da Feira, maioritariamente também a cavalo. Ao aproximarem-se da posição portuguesa, apercebem-se de que - contrariamente ao que supunham - o combate está a ser travado a pé (ou tem de ser travado a pé, dadas as características do sistema de entrincheiramento defensivo gizado pela hoste portuguesa). Por isso, os cavaleiros castelhanos desmontam cedo e percorrem a pé o que lhes falta (escassas centenas de metros) até alcançarem os adversários. Ao mesmo tempo, cortam as suas compridas lanças, para melhor se movimentarem no corpo-a-corpo que se avizinha;

3º- entretanto, os homens de armas de D. Juan I vão sendo crivados de flechas e de virotões lançados respectivamente pelos arqueiros ingleses e pela “ala dos namorados” portuguesa, o que, juntamente com o progressivo estreitamento da frente de batalha (devido aos abatises, às covas de lobo e aos fossos) os entorpece, embaraça e torna "ficadiços" (de acordo com Fernão Lopes) e os aglutina de maneira informe na parte central do planalto; tais foram, porventura, os minutos mais decisivos da jornada;

4º - quanto às alas castelhanas, essas permanecem montadas, destinadas que estavam - como era tradicional na época - a ensaiar um envolvimento montado da posição portuguesa, coisa que, devido à estreiteza do planalto, apenas a ala direita (chefiada pelo Mestre de Alcântara ) terá conseguido, e mesmo assim numa fase já tardia da refrega;

5º- o pânico apodera-se do exército castelhano, quando dentro do quadrado português, a bandeira do monarca castelhano é derrubada. Os castelhanos precipitam-se então numa fuga desorganizada. Segue-se uma curta, mas devastadora perseguição portuguesa, interrompida pelo cair da noite. D. Juan de Castela põe-se em fuga, em cima de um cavalo, juntamente com algumas centenas de cavaleiros castelhanos. Percorre nessa noite perto de meia centena de quilómetros, até alcançar Santarém, exausto e desesperado. Até à manhã do dia seguinte, milhares de castelhanos em fuga são chacinados por populares nas imediações do campo de batalha e nas aldeias vizinhas.

O restante das forças franco-castelhanas saem de Portugal, parte passando por Santarém e depois por Badajóz e a outra parte, através da Beira, por onde tinham entrado.

No campo de batalha, as baixas portuguesas foram cerca de 1.000 mortos, enquanto no exército castelhano se situaram em aproximadamente 4.000 mortos e 5.000 prisioneiros. Fora do campo da batalha, terão sido mortos nos dias seguintes pela população portuguesa, cerca de 5.000 homens de armas, em fuga, do exército castelhano. Devido ao significado político da Batalha e aos seus numerosos nobres e homens de armas que aí morreram, Castela permaneceu em luto por um período de dois anos."

Fonte: http://www.fundacao-aljubarrota.pt/?idc=21

Fonte da imagem: http://linguaportuguesa9ano.wordpress.com/2009/11/27/a-batalha-de-aljubarrota-questionario-de-interpretacao-global/
 
Foto: Há 629 anos...

No dia 14 de agosto de 1385 travou-se a Batalha de Aljubarrota.

"O desenrolar da Batalha

No dia 14 de Agosto, logo pela manhã, o exército de D. João I ocupa uma posição fortíssima no terreno, escolhido na véspera por Nuno Álvares Pereira. No final da manhã chegam os castelhanos, que circulam pela estrada romana.

Evitam o choque com os portugueses, uma vez que isso implicaria a subida de um terreno em condições extremamente desfavoráveis. Preferem tornear a forte posição portuguesa pelo lado do mar, até estacionarem na ampla esplanada de Chão da Feira. O exército português constituído por aproximadamente 7.000 homens de armas, move-se então uns dois quilómetros para Sul e inverte a sua posição de batalha para ficar de frente para o inimigo.

Passava das 18 horas quando se deu o assalto castelhano à posição portuguesa. Uma vez iniciada a batalha, é então possível referir os cinco principais momentos do combate:

1º- a impetuosa vanguarda do rei de Castela (na sua maior parte constituída por tropas auxiliares francesas, como claramente assegura Froissart) inicia o ataque provavelmente a cavalo, sendo rechaçada nas obras de fortificação antecipadamente preparadas pela hoste de D. João I, obras essas que constituíram uma surpresa absoluta para os seus arrogantes adversários. Para prosseguir o combate, os franceses são obrigados a desmontar (aqueles que o conseguem fazer) na frente do inimigo e, por isso, em posição absolutamente crítica.

2º- ao saber do desbarato da sua linha da frente, D. Juan I decide mandar avançar o resto do exército então presente no Chão da Feira, maioritariamente também a cavalo. Ao aproximarem-se da posição portuguesa, apercebem-se de que - contrariamente ao que supunham - o combate está a ser travado a pé (ou tem de ser travado a pé, dadas as características do sistema de entrincheiramento defensivo gizado pela hoste portuguesa). Por isso, os cavaleiros castelhanos desmontam cedo e percorrem a pé o que lhes falta (escassas centenas de metros) até alcançarem os adversários. Ao mesmo tempo, cortam as suas compridas lanças, para melhor se movimentarem no corpo-a-corpo que se avizinha;

3º- entretanto, os homens de armas de D. Juan I vão sendo crivados de flechas e de virotões lançados respectivamente pelos arqueiros ingleses e pela “ala dos namorados” portuguesa, o que, juntamente com o progressivo estreitamento da frente de batalha (devido aos abatises, às covas de lobo e aos fossos) os entorpece, embaraça e torna "ficadiços" (de acordo com Fernão Lopes) e os aglutina de maneira informe na parte central do planalto; tais foram, porventura, os minutos mais decisivos da jornada;

4º - quanto às alas castelhanas, essas permanecem montadas, destinadas que estavam - como era tradicional na época - a ensaiar um envolvimento montado da posição portuguesa, coisa que, devido à estreiteza do planalto, apenas a ala direita (chefiada pelo Mestre de Alcântara ) terá conseguido, e mesmo assim numa fase já tardia da refrega;

5º- o pânico apodera-se do exército castelhano, quando dentro do quadrado português, a bandeira do monarca castelhano é derrubada. Os castelhanos precipitam-se então numa fuga desorganizada. Segue-se uma curta, mas devastadora perseguição portuguesa, interrompida pelo cair da noite. D. Juan de Castela põe-se em fuga, em cima de um cavalo, juntamente com algumas centenas de cavaleiros castelhanos. Percorre nessa noite perto de meia centena de quilómetros, até alcançar Santarém, exausto e desesperado. Até à manhã do dia seguinte, milhares de castelhanos em fuga são chacinados por populares nas imediações do campo de batalha e nas aldeias vizinhas.

O restante das forças franco-castelhanas saem de Portugal, parte passando por Santarém e depois por Badajóz e a outra parte, através da Beira, por onde tinham entrado.

No campo de batalha, as baixas portuguesas foram cerca de 1.000 mortos, enquanto no exército castelhano se situaram em aproximadamente 4.000 mortos e 5.000 prisioneiros. Fora do campo da batalha, terão sido mortos nos dias seguintes pela população portuguesa, cerca de 5.000 homens de armas, em fuga, do exército castelhano. Devido ao significado político da Batalha e aos seus numerosos nobres e homens de armas que aí morreram, Castela permaneceu em luto por um período de dois anos."

Fonte: http://www.fundacao-aljubarrota.pt/?idc=21

Fonte da imagem: http://linguaportuguesa9ano.wordpress.com/2009/11/27/a-batalha-de-aljubarrota-questionario-de-interpretacao-global/

agosto 13, 2014

Em honra de Miguel Torga....

Miguel Torga nasceu no dia 12 de agosto de 1907 em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa Trás os Montes, aldeia onde cresceu e que o havia de marcar para toda a vida. De nome Adolfo Correia da Rocha, adoptou o pseudónimo de Miguel Torga(torga é o nome dado à urze campestre que sobrevive nas fragas das montanhas, com raízes muito duras infiltradas por entre as rochas). Depois de uma breve estadia no Porto, frequentou apenas por um ano, o seminário em Lamego. Em 1920 partiu para o Brasil, onde foi recebido na fazenda de um tio. Regressou depois a Portugal acompanhado do tio, que se prontificou a custear lhe os estudos em Coimbra. Em apenas três anos fez o curso do liceu, matriculando se a seguir na Faculdade de Medicina, onde terminou o curso em 1933. Exerceu a profissão na terra natal, passou por Miranda do Corvo, mas foi em Coimbra que alguns anos mais tarde acabou por se fixar. "Atordoado na meninice e escravizado na adolescência, só agora podia renascer ao pé de cada rebento, correr a par de cada ribeiro, voar ao lado de cada ave", pouco sociável, mitigou a solidão rodeando se de livros. Foi logo após ter entrado para a universidade, que deu início à sua obra literária, com os livros "Ansiedade" e "Rampa". Só em 1936 passou a usar o pseudónimo que o havia de imortalizar. Desde a década de trinta até 1944, escreveu uma obra vasta e marcante, em poesia, prosa e teatro. Não oferecia livros a ninguém, não dava autógrafos ou dedicatórias, para que o leitor fosse livre ao julgar o texto. Foi várias vezes candidato aPrémio Nobel da Literatura. Ganhou vários prémios entre eles o Grande Prémio Internacional de Poesia e em 1985 o Prémio Camões. Com ideias que se demarcavam do salazarismo, foi preso e pensou em sair do país, mas não o fez por se sentir preso à pátria e a Trás os Montes, longe do qual seria um "cadáver a respirar". A sua poesia reflecte as apreensões, esperanças e angústias do seu tempo. Nos volumes do seu Diário, em prosa e em verso, encontramos crítica social, apontamentos de paisagem, esboço de contos, apreciações culturais e também magníficos textos da mais alta poesia. Toda a sua obra, embora multifacetada, é a expressão de um indivíduo vibrante e enternecido pelas criaturas, tremendamente ligado à sua terra natal. Faleceu em 1995. Em 1996 foi fundado o Círculo Cultural Miguel Torga.
Bibliografia: Poesia: "Ansiedade" (1928), "Rampa" (1930), "Tributo" (1931), "Abismo" (1932), "O outro Livro de Job" (1936), "Lamentação" (1943), "Libertação" (1944), "Odes" (1946), "Nihil Sibi" (1948), "Cântico do Homem" (1950), "Alguns Poemas Ibéricos" (1952), "Penas do Purgatório" (1954), "Orfeu Rebelde" (1958), "Câmara Ardente" (1962), "Poemas Ibéricos" (1965). Ficção: "Pão Ázimo" (1931), "A Terceira Voz" (1934), "A Criação do Mundo" (5 volumes, 1937 1938 1939 1974 1981), "Bichos" (contos, 1940), "Contos da Montanha" (1941), "Rua" (1942), "O Senhor Ventura" (1943), "Novos Contos da Montanha" (1944), "Vindima" (romance, 1945), "Pedras Lavradas" (contos, 1951), "Traço de União" (1955), "Fogo Preso" (1976). Teatro: "Terra Firme, Mar" (1941), "O Paraíso" (1949), "Sinfonia" (poema dramático)(1947). Literatura autobiográfica: "Diário" (16 volumes, 1941 1993), "Portugal" (1950).

agosto 10, 2014

Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen

Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação

Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo que mata quem o denuncia
Tempo de escravidão
Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rastro
Tempo de ameaça"

 Sophia de Mello Breyner Andresen

Poema de António Gedeão...

Recolhi as tuas lágrimas na palma da minha mão

Recolhi as tuas lágrimas
na palma da minha mão,
e mal que se evaporaram
todas as aves cantaram
e em bandos esvoaçaram
em torno da minha mão.
Em jogos de luz e cor
tuas lágrimas deixaram
os cristais do teu amor,
faces talhadas em dor
na palma da minha mão.


António Gedeão

Citação de José Saramago....

"As palavras não dizem tudo quanto é preciso. Diriam mais, talvez, se fossem asas."
José Saramago

agosto 08, 2014

Leitura de fim-de-semana....

Uma selfie em 1920...


Em 1920 já se tiravam selfies.. mas na altura chamavam-se fotos de autorretrato!
Legenda da foto: "Five photographers posing together for a photograph on the roof of Marceau's Studio, while Joseph Byron holds one side of the camera with his right hand and Ben Falk holds the other side with his left hand."
Foto do The Museum of the City of New York

agosto 06, 2014

O Brasão da Cidade de Coimbra

O Brasão da Cidade de Coimbra representa uma mulher jovem coroada, como que a sair de um cálice, tendo do lado direito um leão de ouro e do lado esquerdo um dragão verde (no original).
Quando se pergunta à maioria dos conimbricenses quem é a donzela representada, não anda longe dos 100% as repostas afirmando tratar-se da Rainha Santa Isabel, Padroeira da cidade de Coimbra. Tal, porém, não corresponde à verdade.
Segundo uma lenda contada por Frei Bernardo de Brito, o emblema da cidade teria a seguinte explicação:
O rei bárbaro dos Alanos, Ataces, que usava na bandeira um leão dourado, veio, com o seu exército, e destruiu a cidade de Conímbriga, governada por Hermenerico, rei dos Suevos, que tinha como emblema a serpente verde. Depois disso, resolveu construir uma nova cidade nas margens do Mondego, a actual Coimbra. Hermenerico decidiu vingar-se e veio dar luta a Ataces, mas foi novamente vencido e, para obter a paz, consentiu no casamento da sua filha, a Princesa Cindazunda, com o antigo inimigo, Ataces. A história acaba assim com um casamento feliz, tendo Ataces oferecido à cidade nascente o brasão que ainda hoje se mantém.
O Brasão apresenta então, no meio a Princesa Cindazunda, o cálice simboliza o casamento, o leão dourado, o rei Ataces e o dragão verde, o rei Hermenerico.
As actuais armas da Cidade de Coimbra estão definidas pela Portaria nº 6959, de 14 de Novembro de 1930, que diz textualmente:
"Tendo em vista o parecer da Secção Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses e atendendo ao que representou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Coimbra: manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Interior, que a constituição heráldica das armas daquele município seja a seguinte: "De vermelho com uma taça de ouro realçada de púrpura, acompanhada de uma serpe alada e um leão batalhantes, ambos de ouro e lampassados de púrpura. Em chefe um busto de mulher, coroada de ouro, vestida de púrpura e com manto de prata, acompanhada por dois escudetes antigos das quinas. Colar da Torre e Espada. Bandeira com um metro quadrado, quarteada de amarelo e de púrpura. Listel branco com letras pretas. Lança e haste de ouro

agosto 04, 2014

A Batalha de Alcácer-Quibir foi há 436 anos...

Faz hoje 436 anos que Portugal sofreu uma das mais importantes derrotas da sua história enquanto nação. A Batalha de Alcácer-Quibir constituiu não apenas uma desastrosa derrota militar, mas um dramático ponto de viragem na história do país que marcou a nossa história (e nosso percurso) até aos dias de hoje.
A 4 de Agosto de 1578, perto de Al-Kasr al-Kebir (onde hoje existe um povoado denominado Suaken), com o exército português esgotado pela fome, pelo cansaço e pelo calor decorreu a trágica batalha que conhecemos como “Batalha de Alcacer-Quibir” e que os marroquinos conhecem como a “Batalha dos 3 Reis”, em alusão ao desaparecimento de 3 soberanos (além de D. Sebastião, desapareceram os 2 “monarcas” (o Sultão Mulay Mohamed, aliado do monarca português e o seu tio Mulei Moluco).
A batalha (que começou a ser preparada 10 anos antes) foi o culminar de um longo processo político e de uma errada estratégia de expansão, que revela a desastrosa imaturidade e impreparação de um Rei (D. Sebastião herdou a coroa aos 3 anos, assumiu o cargo aos 14 e tinha 24 na altura da batalha) ansioso por ficar na história e cuja educação foi marcada por um excessivo fervor religioso (que terá igualmente contribuído para tão imponderada decisão).
O exército marroquino era largamente mais numeroso que o português, mas, no “teatro de operações” as decisões do monarca português foram desastrosamente erradas, contra a opinião dos seus capitães, conduzindo o exército que liderava a uma calamitosa derrota.
Esta derrota teve consequências desastrosa para Portugal.
Grande parte da elite portuguesa (nobres e militares, para além de bispos e arcebispos) morreu ou foi feita prisioneira. Para pagar os elevados resgates exigidos pelos marroquinos, o país endividou-se e ficou com as suas finanças depauperadas.
O desaparecimento de D. Sebastião deixou como sucessor o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique que viria a falecer 2 anos depois sem descendência, abrindo assim uma grave crise dinástica.
Filipe II de Espanha acabaria por subir ao trono em 1580, “sequestrando” ao povo português a sua independência por mais 60 anos.
Para os marroquinos, “A Batalha dos 3 Reis” é um dos momentos mais gloriosos da sua história e marcou de forma decisiva a afirmação da sua nacionalidade e da sua unidade territorial.
Para Portugal, Alcácer-Quibir ficará na história como o maior desastre militar da nossa história e pelo nascimento do mito do Sebastianismo.
“(…) o Sebastianismo traduz a nostalgia de uma idade de ouro que passara e o sentimento de humilhação nacional de um povo ocupado pelo estrangeiro, bem como a espera messiânica duma comunidade incapaz de resolver os seus destinos.”
É este sentimento, esta incapacidade que ainda hoje marca este povo triste e fatalista, à espera de alguém que o virá salvar num dia de nevoeiro.
Luís Vaz de Camões escreveu, numa carta a D. Francisco de Almeida, referindo-se ao desastre de Alcácer-Quibir, à ruína financeira da Coroa portuguesa e à independência nacional ameaçada: "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela".

O túmulo de D. Inês de Castro em Alcobaça...

 

Porque há amores que são eternos...
Os túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro encontram-se no Mosteiro de Alcobaça.
São duas verdadeiras obras-primas da escultura gótica em Portugal, cuja construção se situa entre 1358 e 1367 e de autoria desconhecida

Casa-Museu Camilo Castelo Branco.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Em Vila Nova de Famalicão, em São Miguel de Seide, fica a Casa-Museu Camilo Castelo Branco. A casa onde Camilo se instalou em S. Miguel de Seide, no Inverno de 1863, é hoje um dos maiores ex-libris de Famalicão e um dos seus mais destacados valores histórico-culturais. Aqui pode encontrar um conjunto de objetos de grande valor patrimonial que perpetuam a memória camiliana, desde manuscritos, correspondência de amigos e admiradores e algum mobiliário da época.
 

Aqui podemos imaginar, Camilo escrevendo os seus romances e os seus contos, recebendo os seus amigos. Podemos “ver” Ana Plácido fumando no mirante e podemos “ouvir” as gargalhadas de Nuno e Jorge brincando. Podemos embarcar numa viagem pelo tempo e pelo espaço. Por isso, informe-se no site oficial da Casa-Museu em www.camilocastelobranco.org e entre no universo camiliano